Você provavelmente já ouviu falar alguma coisa sobre este assunto, cada vez mais presente no meio corporativo, em todo o mundo, incluindo, claro, o Brasil. Mas, afinal, o que é coworking? Quais são as vantagens de instalar a sua empresa em um escritório compartilhado? Como escolher a melhor opção de coworking ideal para você – profissional liberal – ou para a sua empresa? Ele serve para você? E mais: como montar seu próprio coworking?
O Gerando Empreendedores traz todas as respostas, para que você possa se informar corretamente e se identificar – ou não – com essa nova proposta de compartilhamento de um determinado espaço profissional.
O que é coworking?
Não há uma tradução objetiva da palavra coworking para o português. De forma resumida, pode-se falar que o coworking é um espaço físico compartilhado por um determinado número de empresas e/ou profissionais liberais, que dividem custos como aluguel do imóvel, condomínio, banda larga, secretária, energia elétrica e até mesmo o cafezinho de cada dia, entre outros custos fixos.
Entretanto, o coworking é muito mais do que essa simples divisão de espaço e custos fixos. Certamente que essa é a característica que mais chama a atenção, por ser efetivamente vantajosa para todos, mas a troca de experiências, o networking e o senso de colaboração entre os participantes do espaço tornam o coworking algo muito maior e mais proveitoso.
Um coworking é pensado para receber empresas e profissionais que querem mais do que dividir contas. É um local de troca, de estabelecimento de parcerias e, sobretudo, um celeiro de ideias e de boas práticas. Em geral, coworkings recebem profissionais autônomos e empresas (os coworkers) que se complementam, como por exemplo jornalistas, publicitários, artistas plásticos, marqueteiros e fotógrafos. Ou, ainda, contadores, advogados, corretores e economistas. Fica fácil entender que esses grupos de profissionais e organizações podem mais do que dividir as contas do final do mês ao ocuparem um mesmo espaço, não é mesmo?
Onde foi criado o conceito de coworking?
O conceito e a primeira experiência de coworking surgiram nos Estados Unidos, na cidade de São Francisco, em 2005, quando o engenheiro de software Brad Neuberg abriu seu escritório, chamado Hat Factory, e convidou amigos para dividirem o espaço com ele. A comunidade de startups, principalmente, logo aderiu à ideia, disseminada imediatamente pelas maiores cidades do mundo. Hoje, é possível encontrar iniciativas de coworking em todos os lugares, seja por iniciativa direta de grupos de empresas e profissionais que se reúnem ou até mesmo como iniciativa de empresários que buscam um negócio lucrativo e de baixo custo.
Quem deve participar de um coworking?
Inicialmente, o coworking surgiu mesmo como uma ideia de compartilhamento de um espaço físico para divisão de custos, com consequente redução de despesas. Mas logo atraiu profissionais liberais que trabalhavam em sistema home office (em suas próprias casas), que necessitavam de uma estrutura mais profissional (como um espaço formal para receber clientes) e que queriam sair do isolamento, estabelecendo troca de experiências, ideias e informações.
Em geral, os coworkings funcionam em ambientes abertos, ainda que haja salas para reuniões privadas. É possível pagar pelo uso do espaço por hora, por diária, por semana, mês ou mesmo de forma fixa e regular. Ali, o coworker compartilhará internet de alta velocidade, serviços de secretaria, boy e limpeza, impressão, telefonia fixa, café e biscoitos para a hora do lanche e até mesmo compra de material de escritório. Um detalhe fundamental: dependendo da relação estabelecida com o coworking, a empresa poderá utilizar o endereço do local como seu endereço fiscal, mas isso também pode ser feito junto ao seu escritório de contabilidade.
Profissionais liberais, startups e pequenas empresas estabelecidas são o público-alvo desta modalidade de compartilhamento de espaço. Em geral, aqueles que procuram o coworking valorizam uma rede forte de contatos, sabem trabalhar em equipe, buscam a inovação e a criatividade e são antenados com o que há de moderno em gestão. É sempre bom lembrar que o espaço será dividido com outras pessoas, então a privacidade fica mesmo em segundo plano.
Também vale destacar que se a sua empresa mantém um volumoso time de colaboradores fixos fica difícil alocar tanta gente em um espaço colaborativo, certo? Em geral – mas isso não é uma regra – empresas que ocupam coworkings têm, no máximo, em torno de seis funcionários fixos.
As principais vantagens do coworking
- custos fixos mensais mais baixos (em ambas as modalidades de coworking – uso por períodos determinados ou de forma contínua – os custos serão divididos, o que significa uma despesa fixa menor todo final de mês);
- networking forte (clientes dos demais coworkers podem se transformar em seus clientes. Aliás, as demais empresas e profissionais liberais também podem comprar seus serviços/produtos);
- Investimento em relações interpessoais;
- Maior produtividade e agilidade na contratação de serviços correlatos.
Como escolher um coworking para você?
O coworking não precisa ser necessariamente um grande escritório, com mesas, cadeiras e armários. Pode, por exemplo, ser uma muito bem equipada cozinha, a ser divida por empresas da área de alimentação. Pode, também, ser uma moderna produtora de vídeo, pronta para receber o pessoal de cinema, propaganda e de filmes institucionais.
Mas como escolher o coworking ideal para você ou sua empresa? Siga as dicas do Gerando Empreendedores:
- Em primeiro lugar, é preciso definir se você quer um espaço para determinados horários da semana ou se o objetivo é ocupá-lo de forma fixa e contínua. Isso faz toda a diferença porque vai definir se você pagará por hora/dia ou por mês;
- Definido seu objetivo, o ideal é que você procure um espaço que abrigue empresas e profissionais de áreas correlatas à sua;
- O fator geográfico deve ser levado em consideração. Por conta dos problemas de transporte inerentes de todas as grandes cidades, quanto mais perto de casa, melhor para a sua qualidade de vida;
- Veja quais são os benefícios que o coworking oferece, como banda larga de altíssima velocidade, serviço de secretária e boy e até mesmo compra compartilhada de material de escritório;
- Uma bela decoração, cadeiras ergométricas, claro que isso tudo conta pontos a favor. Mas o bom ambiente deve ser primordial. Vale pontuar que possivelmente você poderá fazer um test-drive no local, utilizando-o por horas ou dias, até a decisão de assumir o lugar como seu;
- Na internet há inúmeras informações sobre coworkings disponíveis para locação. O Google oferece nada menos do que 52,8 milhões de respostas para a pesquisa sobre o tema. Mas você poderá montar seu próprio espaço compartilhado, com empresas e profissionais parceiros.
Como montar um coworking?
Você poderá escolher um coworking já estabelecido ou montar um para você ou sua empresa compartilhar com parceiros. Mas é possível montar um espaço compartilhado como negócio que, aliás, é lucrativo e tem baixo custo.
Em tese, você precisa basicamente de um espaço físico bem localizado, adequadamente montado, com uma boa estrutura de escritório. A instalação de um coworking não segue uma legislação específica, mas lembre-se de que você precisará de um advogado para lhe auxiliar na preparação dos contratos a serem assinados pelos clientes e um escritório de contabilidade para fazer toda a gestão contábil. Será preciso, também, investir em divulgação do seu coworking, principalmente nas redes sociais.
Segundo especialistas, a atividade empresarial de coworking tem metodologia de gestão testada, baixa complexidade operacional, lucro médio de 25% e retorno de investimento antes de 24 meses.
Manifesto coworking
Isso mesmo, a atividade de coworking tem um manifesto global, o que prova se tratar de uma atividade que vai muito além da divisão de custos fixos. A ideia é trazer ao debate novas relações de trabalho e a vida no mundo moderno, em busca de uma economia mais humana, interligada e sustentável. Em resumo, o manifesto estabelece:
O desafio: “Acreditamos que a sociedade enfrenta desafios econômicos, ambientais, sociais e culturais sem precedentes. Também acreditamos que novas inovações são a chave para transformar esses desafios em oportunidades para melhorar nossas comunidades e nosso planeta”.
A solução: “O coworking está redefinindo a maneira como trabalhamos. Somos um grupo de indivíduos conectados e pequenas empresas, criando uma economia de inovação e criatividade em nossas comunidades e no mundo. Prevemos um novo mecanismo econômico composto de colaboração e comunidade”.
Valores:
* colaboração sobre competição
* participação sobre observação
* amizade sobre formalidade
* ousadia sobre garantia
* aprendizado sobre experiência
* pessoas sobre personalidades
Futuro: Estamos remodelando a economia e a sociedade por meio do empreendedorismo social e da inovação. Nossas comunidades estão se unindo para reconstruir economias em escala humana, em rede e mais sustentáveis, para construir um mundo melhor.
Censo sobre coworking
Não se sabe ao certo o número de coworkings espalhados hoje pelo Brasil e pelo mundo. No entanto, um censo foi realizado no Brasil, em 2018, pela iniciativa privada (Coworking Brasil), que apontou haver ao menos 1. 194 coworkings no país, inclusive em favelas e comunidades periféricas de 169 diferentes municípios, de norte a sul do país. São Paulo concentrava, naquele ano, o maior número de espaços compartilhados, com 273 coworkings, seguido do Rio de Janeiro (102), Belo Horizonte (62), Curitiba (42) e Brasília (35). Esses espaços movimentaram R$ 127 milhões, com circulação de 214 mil pessoas, gerando sete mil empregos diretos.
O coworking é adequado para você ou sua empresa?
Com todas essas informações, você está apto a pensar se essa é uma soluço para o exercício da sua atividade profissional ou da sua empresa. O coworking pode ser uma excelente opção, não à toa cresce no mundo inteiro, atraindo um número cada vez maior de profissionais liberais e pequenas empresas.